segunda-feira, 29 de setembro de 2008

ainda sobre revoluções (primeira parte)

É bastante provável que algum leitor ou leitora, tendo lido minhas duas últimas postagens, pense que eu estou fazendo apologia da luta armada. Não, caros/as leitores e leitoras. Ainda acredito (pero no mucho) que transformações sociais possam acontecer por meios pacíficos mas defendo o direito daqueles que se armam para resistir a repressão e opressão do Estado burguês. Paradoxal? Talvez... Mas e daí? Quem nunca foi (ou é) paradoxal que atire a primeira pedra.

Decerto diferenças culturais e históricas existem entre a América espanhola e a América portuguesa (diga-se, Brasil). Ambas sofreram com a violência de seus colonizadores. Índios foram dizimados, terras foram espoliadas, culturas foram destruídas ou ameaçadas de extinção. Diante de tamanha barbaridade não posso deixar de crer que não esteja no inconsciente coletivo de índios e camponeses, o sofrimento de seus ancestrais, sofrimento herdado por estes povos que ainda lutam pela garantia de suas terras. Nada mais natural, então, que movimentos revolucionários armados surjam no âmago desta população. O curioso é saber o porquê do nosso MST ser completamente desarmado (falo de armas de fogo, evidentemente), enquanto grupos revolucionários que também lutam pela terra e pelo socialismo, na América espanhola, não o são.
Decerto cada povo tem suas idiossincrasias mas creio que a história também explica.

A colonização espanhola foi muito mais demolidora e sangrenta que a colonização portuguesa. basta ver o poder de destruição dos espanhóis no século XVI. Comandados por Hernan Cortez, no México, eles puseram abaixo uma civilização inteira - o Império asteca e sua cidade Tenochtitlán, hoje, Cidade do México. Os golpes de Estado na América espanhola também foram bem mais violentos. Lembremos de um outro 11 de setembro, em 1973, no Chile, quando o Palácio de La Moneda foi bombardeado e Salvador Allende encontrado morto (ele estava no palácio) - bem diferente de como o nosso Jango foi afastado do poder. E recentemente, na Bolívia, assistimos a ação violenta dos opositores (de direita) do presidente Evo Morales (de esquerda), opositores estes que massacram camponeses e querem dividir a Bolívia em duas: uma branca e outra indígena. Já conhecemos esta história, chama-se apartação. Mas aqui , no Brasil, a violência dos setores de direita é escamoteada. Ninguém vê, ninguém viu, ninguém sabe quem mandou matar. Nossa esquerda, então, é bastante cautelosa, evitando o confronto armado (falo da esquerda atual).

Conclusão: Cada povo devolve aquilo que recebeu. Se a ação é violenta e explícita, a reação também tenderá a sê-la. O tipo de reação é uma resposta histórica.

A esta altura algum leitor ou leitora talvez esteja a fim de me perguntar : "Mas você ainda acredita que exista direita e esquerda?". E eu respondo que SIM mas discorrerei sobre isto numa outra postagem.

Até mais.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

mais uma doce postagem revolucionária

Quanto vale a vida de um homem, em quanto cada um avalia a sua própria vida, a troco de quê está diposto a mudá-la? Nós avaliamos muito alto o preço de nossas vidas. Valem um mundo melhor, nada menos. Homens e mulheres dispostos a dar suas vidas, têm direito a pedir tanto quanto valem. Há os que avaliam suas vidas por uma quantidade de dinheiro, mas nós a avaliamos pelo mundo, esse é o preço do nosso sangue... (Subcomandante Marcos).

Subcomandante Marcos é o principal porta-voz do EZLN - Exército Zapatista de Libertação Nacional (México).
Para saber mais vá a Wikipédia, estou sem tempo para colocar linques aqui.

Só mais una cosita: minha querida Vais, no comentário da postagem anterior, citou mais dois nomes de movimentos revolucionários da América Latina: FLMN - Frente de Libertação Nacional Faramundo Martí (El Salvador) ; e ELN - Exército de Libertação Nacional (Colômbia).
Grata, minha doce revolucionária!
Abraços a todos/as e VIVA O SOCIALISMO!!!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

o cúmulo da emoção é rimar música com revolução

O desenho acima não é uma brincadeira, tampouco uma sátira. Tive a idéia de fazê-lo após assistir o programa Estados Alterados da mostra Visionários - Audiovisual na América Latina. Dentro desse programa - focado em trabalhos politicos e históricos - o vídeo do colombiano Wilson Diaz, Los Rebeldes del Sur, mostra a gravação de um projeto musical dos guerrilheiros das FARC. Lindo!
E antes que alguém venha me lembrar do drama vivido por Ingrid Bittencourt, gostaria de dizer que no mesmo período em que Ingrid foi libertada, mais de 300 guerrilheiros das FARC estavam presos pelo Estado colombiano - um drama para seus familiares. Não defendo os métodos das FARC mas de uma coisa tenho certeza: seus guerrilheiros são muito mais vítimas que algozes.
Abaixo ao Estado opressor!
Viva la Revolución! Viva el Socialismo!
Há quem diga que eu sou um tanto panfletária. Fazer o quê? Tá no meu DNA. Adoro panfletos, manifestos, palavras de ordem e o escambau.

Ah, a mostra Visionários já passou por São Paulo, Fortaleza, está em Recife e ainda vai passar por Belo Horizonte, Salvador, Rio de janeiro, La Paz (Viva Evo Morales!), Buenos Aires, Cidade do México e Mérida (Viva todos os índios zapatistas de Chiapas!).
Só mais una cosita, não nos esqueçamos, NUNCA, de todos os movimentos revolucionários, seja de inspiração maoísta ou marxista-leninista (atuantes ou não), da América Latina: EZLN (México), FARC (Colômbia), FSLN (Nicarágua), Sendero Luminoso (Peru), Tupac Amaru (Peru) e o nosso MST, claro! Alguém lembra de mais algum? Diz aí, então!

VIVA A AMÉRICA LATINA!!!
Hoje eu tô alteradíssima...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

sonho e determinação

Gimi Rendriquis da Silva - Morador do Alto do Céu, periferia do Recife. Músico autodidata. Construiu sua própria guitarra com madeira de demolição e materiais reciclados. Vocalista, letrista e guitarrista da banda de rock psicodélico Flores na Gambiarra. A banda tem estúdio improvisado onde grava seus próprios cds e de outras bandas de rock, rap e pagode da comunidade. "Ainda não dá pra viver de música mas a gente se diverte", diz Gimi, que tem apenas 19 anos mas demonstra muita sabedoria. Vale a pena salientar que a versão da banda de Little Wing, de Jimi Hendrix, é sensacional!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

BambaTrio


Nina "Diva" Flor: delicadeza, sensibilidade, sensualidade, voz aveludada e poesia.
Bruno "Motown" Lago: mor responsa, beleza, vamo que vamo, sofredor do Santa Cruz Futebol Clube, samplers e scratches.
Emílio "Gainsbourg" Jordão: climatizações, navegações, sussurros, beijos, carícias, autógrafos e sintetizadores Moog.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O Pensamento Libertário de Lin Pi

Ainda que suas idéias sejam bastante anarquistas,
Lin Pi também crê no maoísmo,

seja por herança cultural ou atavismo.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

das páginas amarelas do meu bloquinho

Lin Pi mora em Petrolina mas trabalha em Juazeiro. Ela assiste Godard num belo cinema que um dia foi puteiro. Ela é poeta, camponesa e se diz maoísta. Só usa óculos 3D e namora um velho anarquista. Negra é a cor dos seus cabelos e vermelhas as paredes de seu lar, doce lar...