quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo com Mafalda

Descobri esta pérola da Mafalda, uma mensagem de
 Feliz Ano Novo ao estilo desta miúda genial!
Ah, no último slide tem que dar um pause
pra conseguir ler a mensagem final.
Besos!





quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

um certo jeito de ouvir música


Sei que o ser humano é dotado da capacidade de realizar várias atividades ao mesmo tempo. Quanto a mim, devo ter nascido com algum defeito de fabricação. Só faço uma coisa de cada vez. O "tudo ao mesmo tempo agora" não funciona comigo. Foi pensando nesta minha, digamos, limitação que resolvi falar sobre minha dificuldade em escutar música realizando outras tarefas, e o meu modo, o jeito que eu mais gosto, de fazê-lo que é sacrificado pela falta de tempo do dia-a-dia.

Não consigo, por exemplo, como fazem algumas (ou muitas) pessoas, ler, estudar e trabalhar ouvindo música. Preciso de silêncio para realizar essas tarefas. Por isso costumo dizer que não gosto de ouvir música como fundo musical para outras atividades. Fundo musical só no cinema, teatro, etc. Mas gosto de realizar trabalhos manuais e domésticos, como desenhar, cozinhar e lavar louça, ouvindo música. Mas em trabalho intelectual, jamais.

Já visitei alguns blogues que começam a tocar música assim que a gente entra neles. Acho esses blogues complicados (nada contra, a dificuldade é minha) porque como a música exerce sobre mim um poder de atração maior que a leitura, naturalmente vou prestar mais atenção a ela, se for de qualidade, claro, caso contrário nem valerá tentar ler a postagem...

Outra modernidade a qual não me adequo é o tal aparelhinho de mp3. Pra quem, na década de 80, já não se adaptava ao walkman, isso era mais do que previsível... Não gosto de andar na rua com fone de ouvido, me sinto alienada da cidade e seus sons. Alguns, de fato, são desagradáveis mas com o fone de ouvido desvio facilmente a atenção das coisas que acontecem ao meu redor, ou seja, é a mesma velha história: nem leio a cidade direito, nem ouço a música do meu jeito.

Enfim, gosto mesmo é de parar tudo para escutar música, dar atenção exclusiva a ela, escutá-la com calma, com tempo. Gosto de prestar atenção aos sons de cada instrumento, identificar o som do baixo, lá no fundo, e descobrir sonoridades mais sutis. Gosto de escutar música de preferência em casa, deitada na cama, vagarosamente, até perder a noção das horas, feito quando a gente namora.


Imagem: Openphoto


domingo, 12 de dezembro de 2010

um francês com alma latinamericana


Sábado passado comprei o mais recente disco de estúdio de Manu Chao, La Radiolina (radinho em italiano ou rádio de bolso) de 2007. Amei logo na primeira audição. Gosto demais da música desse francês, filho de pais espanhóis, que mistura punk com ritmos latinos, rap, reggae, flamenco e o que vir/ouvir pela frente, sem preconceito. Antes de seguir carreira solo Manu Chao teve várias bandas, a mais famosa foi a Mano Negra (uma homenagem a La Mano Negra, uma suposta organização anarquista espanhola do séc. XIX) formada por integrantes de várias nacionalidades. Em 1992, com a Mano Negra, Manu Chao fez uma turnê nada convencional pela América Latina: viajaram de barco ao lado de atores circenses, apresentando-se em várias cidades portuárias. Em 1995 a Mano Negra acabou e Manu Chao voltou a viajar pela América Latina com seu violão. Clandestino, seu primeiro disco solo, foi resultado dessas viagens.

Ahora ya basta de dados biográficos, não quero me alongar. Mas achei pertinente falar um pouco da origem e da vida de andarilho de Manu Chao porque explica como esse europeu, esse francês, se tornou tão latinamericano.

Manu Chao viajou pela América Latina não como aquele jovem médico argentino que um dia saiu de casa com um amigo e uma motocicleta chamada La Poderosa, e que mais tarde se tornou um revolucionário. No entanto a intenção da viagem não diferia muito daquele: assim como Che, Manu Chao queria conhecer a América Latina, sua pobreza, suas mazelas, mas também sua riqueza cultural e sua alegria! E a música de Manu Chao é uma festa! ainda que permeada de melancolia, nada mais natural, na vida como na arte... Mas Manu Chao também é indignado, punk mesmo, no melhor estilo The Clash, assim como Fred 04 e sua mundo livre s/a. Por sinal existe muita semelhança entre os dois, nem tanto musical mas na postura punk, insurgente. O bacana é que ambos são punks com suingue, groove, punks calientes e emotivos, graças a essa mistura que é a América Latina - América indígena, negra, moura e européia, tudo junto misturado.

Parafraseando o mais doce revolucionário das Américas, acho que posso afirmar que Manu Chao segue o lema:

Hay que ser punk pero sin perder la latinidad, jamás!

Ah, bom lembrar que a banda de apoio de Manu Chao chama-se Radio Bemba Sound System,  uma alusão à Rádio Bemba (sistema de rádio rural) utilizada por Che e Castro em Sierra Maestra durante a Revolução Cubana.

Seguem o vídeo e a letra da segunda faixa de La Radiolina: Tristeza Maleza. Não se acanhe se der vontade de chorar...



Tristeza Maleza 
(Manu Chao)

El nada en el mar
Ella nada en el mar
Todo nada en el mar
Como una raya(x2)
Infinita tristeza
Late en mi corazon
Infinita tristeza
Escaldada passion
Infinita pobreza
Tu sombra en la pared
Infinita tristeza
Viento de Washington
Y Choré
Infinita tristeza...
Infinita tristeza
Viento de washington
Infinita pobreza
Tu sangre en la pared
infinita maleza
escaldada passion
Y choré...
Infinita tristeza...

Infinita tristeza
Late en mi corazon
Infinita pobreza
Tu sangre en la pared
Infinita tristeza
Infinita tristeza
El nada en el mar
Ella nada en el mar
Todo nada en el mar
Como una raya

Fonte dos dados biográficos: Wikipedia

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A intimidação contra o WikiLeaks e a falta de respeito aos direitos das mulheres

Carta de Katrin Axelsson, da Women Against Rape (Mulheres Contra o Estupro):

Muitas mulheres na Suécia e na Inglaterra se surpreenderão com o zelo pouco usual com o qual Julian Assange está sendo perseguido por alegações de estupro [...]. 
A Assange, que parece não ter condenações criminais, se rejeitou o direito à fiança [...]. Mas fiança após alegações de estupro é rotina. Por dois anos demos apoio a uma mulher que sofreu estupro e violência doméstica de um homem previamente condenado após ter tentado matar uma ex-parceira e seu filho -- foi garantido a ele o direito à fiança enquanto a polícia investigava. 
Há uma longa tradição de usar o estupro e a agressão sexual para agendas políticas que não têm nada a ver com a segurança das mulheres. No sul dos EUA, frequentemente o linchamento de negros era justificado baseado em que eles tinham estuprado ou mesmo olhado para uma mulher branca. Nós mulheres não aceitamos que nossa exigência de segurança seja mal-utilizada, enquanto os casos de estupro no melhor dos casos continuam sendo negligenciados, no pior dos casos são blindados. 

achei essa carta no aNImOt

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010