segunda-feira, 28 de março de 2011

domingo, 27 de março de 2011

Lá se foi mais um roqueiro...

Lula Côrtes, roqueiro e artista plástico, integrante do movimento udigrudi pernambucano dos anos 70, faleceu sexta-feira à noite aos 61 anos incompletos (faria aniversário no próximo dia 9 de abril), de câncer. Tomei um susto quando vi a notícia ontem à noite.

Não conheço muito o trabalho do Lula, mas ele tinha uma energia boa, bem-humorado e sempre, sempre anárquico. Tinha postura de roqueiro, espírito de roqueiro.... Mas ele também era aquele tipo de pessoa que a gente não precisa conhecer muito pra ver que é gente boa, espontâneo, sempre, sempre. O Lula era autêntico. A impressão que eu tinha dele era de um rebelde cheio de pureza, uma pureza comovente. Fica nossa saudade.....

Pra quem nunca viu/ouviu o Lula, segue um vídeo - e música - com sua banda, Má Companhia.

PS: Lula Côrtes gravou junto com Zé ramalho, em 1975, o disco Paêbirú (é assim mesmo: tem acento no "E" e no "U") que mistura rock psicodélico e ritmos nordestinos. Considerado um dos primeiros discos de rock psicodélico brasileiro.  




sexta-feira, 25 de março de 2011

segunda-feira, 21 de março de 2011

Persépolis



As revoltas que ocorreram - e estão ocorrendo - no Oriente Médio nos últimos meses, me fizeram lembrar esse comovente longa-metragem de animação que assisti há alguns anos: Persépolis, uma autobiografia da iraniana Marjane Satrapi.

Nascida em 1969, Marjane era apenas uma criança quando viu a queda do xá no Irã, em 1979, e a ascensão da Nova República Islâmica, um regime xiita. Já editei um texto falando sobre a animação aqui: http://dimensaosalvadora.blogspot.com/2008/02/perspolis-frana-2007.html

Só uma curiosidadeO xá Reza Pahlavi recebeu asilo no Egito em 1979, concedido por Anwar Al Sadat, presidente daquele país entre 1970 e 1981, que após sua morte (assassinado pela jihad egípcia) foi sucedido por seu vice-presidente Hosni Mubarak, ditador egípcio deposto em fevereiro de 2011.

sexta-feira, 18 de março de 2011

fantasmas

De tanto alguns amigos/as falarem do facebook, resolvi entrar nessa rede social. Permaneci por lá durante, mais ou menos, meia hora e nesse intervalo de tempo foram surgindo, um a um, vários fantasmas do passado. Fiquei apavorada e me retirei rapidinho apesar de toda a chantagem emocional do facebook : tem certeza que quer sair? fulano de tal vai sentir sua falta....

PS: essa iria pro meu twitter mas ultrapassou os 140 caracteres....

domingo, 13 de março de 2011

O Fazedor de Balões

Este livrinho do Mário Pirata vai pra todas as crianças de todas as idades mas dedico-o, especialmente, a Vais, Júnia e Eleninha, com todo o meu carinho de hermanita e tia.



quinta-feira, 10 de março de 2011

da Biblioteca Imaginária de César S.

Uma leitura filosófico-carnavalesca
por César S. (in aNImOt)


Aproveitei o carnaval para colocar em dia a leitura da obra do filósofo Abelardo Barbosa. Trata-se de um marco da onto-teo-logia ocidental, em uma obra cujo destaque é o conceito autoevidente de trumbicação, o qual levou O Filósofo a proferir, enquanto ria da estultície dos seus críticos: «Eu vim pra confundir, não pra explicar».

Discípulo de Heráclito, São Abelardo Barbosa reconhecia que havia críticas pertinentes à obra de seu mestre. Contudo, afirmava com convicção que «O mundo está em dicotomia convergente, mas vai mudar».

Ainda seguindo a tradição pré-socrática de investigar o cosmos e a natureza, deixou um aforismo no qual nos ensina que «A melhor lua pra se plantar mandioca é a lua-de-mel». 



O ponto alto do volume Santo Anselmo / Abelardo Barbosa da coleção Os pensadores é o argumento ontológico, no qual, após demonstrar que «Honoris causa é a mesma coisa do que hors-concours», São Abelardo Barbosa nos mostra, através de premissas que são axiomas necessários, analíticos e a priori, a inexistência de Deus. O argumento pode ser esboçado nas seguintes linhas:

  1. Quem não se comunica, se trumbica (Premissa 1)
  2. Deus não se comunica (Premissa 2)
  3. Logo----- (Conclusão)
O argumento ontológico de Abelardo Barbosa causou escândalo por todo o medievo, levando à proibição papal do ensino do conceito de truo-imbicare nas Escolas durante cinco séculos. No entanto, sua obra foi resgatada pelos apólogos da modernidade do início do século XX, tendo sido a influência marcante no argumento ontológico de Alfred Jarry. 

(Os ditos de Abelardo Barbosa citados acima foram retirados daqui.)

quarta-feira, 9 de março de 2011

Eder,"O" Rocha e seu Zabumba Moderno

Eder Rocha dos Santos (ou Eder,"O" Rocha) é mais conhecido como percussionista do grupo Mestre Ambrósio. Tem formação em percussão erudita (é mole?) pelo Centro de Criatividade Musical Profissionalizante de Recife. Na década de 80 dividia-se entre a música erudita e o metal: tocava na Orquestra Sinfônica do Recife e tinha uma banda de trash metal, Arame Farpado. E ainda integra o Maracatu Nação Estrela Brilhante, de Recife. Em 2003 lançou um belo e lúdico disco, O Circo do Rocha! Estreando filho de Santos, trabalho que envolveu artistas de dança e circo.

Com sua experiência, pesquisa e habilidade musical, seja no erudito ou no popular, Eder busca equilibrar essas duas vertentes, o que naturalmente resultou no Zabumba Moderno, um livro didático, acompanhado de um disco, no qual transcreve para a escrita musical a tradição oral das músicas populares do Nordeste, além de demonstrar as diversas possibilidades rítmicas do zabumba, instrumento típico do trio de forró, formado por sanfona, triângulo e a própria zabumba  (pode ser "o" zabumba ou "a" zabumba, tanto faz, aceita os dois gêneros).

Morando em São Paulo há alguns anos, esse pernambucano também criou e dirige a Casa de Cultura Prego Batido que oferece cursos de percussão ("prego batido" é uma expressão usada na Zona da Mata Norte de Pernambuco e significa "trabalho bem feito": se o prego foi bem batido, o trabalho foi bem feito).

No solo abaixo dá pra comprovar que o cara é bom mesmo!

terça-feira, 8 de março de 2011

Laurie Anderson, uma grande mulher




Born,  Never Asked
It was a large room. full of people. all kinds. and they had all arrived at the same buidling at more or less the same time. and they were all free. and they were all asking themselves the same
questIon: what is behind that curtain? you were born. and so you're free. so happy birthday.

Tradução:
Era um quarto grande, cheio de gente, de todos os tipos. Eles chegaram ao mesmo edifício mais ou menos ao mesmo tempo. E eles estavam todos livres e perguntavam a si mesmos a mesma questão: O que há atrás daquela cortina? Você nasceu. Você está livre. Então Feliz Aniversário.


A imagem (minha livre interpretação ou invenção ?) que me vem ao ler esta música é de um berçário cheio de bebês recém-nascidos, curiosos em saber o que há atrás daquela "cortina" que separa a inocência (deles) do conhecimento (do mundo)...
A partir do nascimento começamos a experimentar o sabor/saber, nem sempre doce, da liberdade que adquirimos - em parte - com a perda, inevitável, da inocência. Conhecer é o início da liberdade. E isto vale pra mulheres e homens. Mas, no caso das mulheres, esse saber da liberdade é sempre mais difícil...