domingo, 27 de janeiro de 2013

Para Perdedores

Para Perdedores é o nome do segundo disco de Walter Areia, mais conhecido como Júnior Areia, baixista, há mais de dez anos, da banda Mundo Livre S/A, além de compositor e produtor musical. Mas se na Mundo Livre, Areia toca baixo elétrico, em seu trabalho instrumental ele assume o contrabaixo acústico e já se tornou uma das principais referências do instrumento em Pernambuco.

Ainda estou ouvindo o disco, aos poucos, pelo site do próprio Areia, músico talentosíssimo!

Segue um vídeo do Areia & Grupo de Música Aberta com Maracatu de Baque Etéreo (adorei esse nome), um belo trabalho instrumental com sotaque nordestino. Todos os músicos são ótimos e o contrabaixo do Areia se faz percussão de maracatu de baque virado: segue o mesmo compasso, a mesma marcação da alfaia. No site Musicareia há mais informações sobre o disco, sobre o disco anterior (A Décima Lua), sobre o próprio Areia e todas as músicas (de ambos os discos) para ouvir e fazer daunloudi.




Para facilitar a vida de meus leitores e leitoras ouvintes de boa música e também por mim, peguei o soundcloud dos dois discos do Areia,  Para Perdedores (4 faixas) e A Décima Lua (11 faixas) e truxe pra cá. Ei-lo:



diversa fauna


grafismo meu de um ano atrás, editado originalmente no meu almanaque 68

sábado, 19 de janeiro de 2013

imperdível!




De uns tempos pra cá, deixei de ver sentido em fazer qualquer tipo de resenha sobre um filme ou um disco. A não ser que tivesse algo de muito significativo a dizer. 

Vi  O Som ao Redor no final de semana passado e acho que nem preciso dizer que gostei um bocado. 

O filme mostra tensão, medo, barulho de todo tipo que tem nas cidades. Além de mostrar a origem do comportamento prepotente da nossa elite urbana.

Tenho muito orgulho do cinema que tem sido feito em Pernambuco, muitos baseados na realidade cotidiana das pessoas e sempre premiados em festivais nacionais e internacionais. O Som ao Redor é mais um a se destacar, seja pelo roteiro, pela qualidade da fotografia, edição e, em especial, o som com ruídos e trilha sonora de DJ Dolores. Como disse o próprio Kleber Mendonça Filho, "o som é 50% do filme". Pois o som é um dos principais responsáveis pela tensão e suspense do filme.

Se puder, assista! Já está em cartaz na maioria dos cinemas das capitais brasileiras.


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

de volta à década de 80!


Ainda não ouvi Moon 1111, último disco de Otto, na íntegra.
Mas, de cara, adorei a música abaixo: Puro anos 80!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

minha canequinha de inox


Quando era criança, sempre passava as férias escolares na casa de meus avós maternos, em Fortaleza. Certa vez, durante uma dessas férias, ganhei  de minha Vó Naida, uma canequinha de inox com meu nome gravado. Lembro que adorei! Achei o máximo! Nunca tivera nenhum objeto com meu nome. Fiquei me achando muito especial. Até que, ao visitar meus primos e primas, descobri que todos eles tinham uma caneca exatamente igual a minha, com seus nomes também gravados. E eu achando que era a única neta que tinha ganho aquele presente...

Bobagem, vaidade, meninice, não importa, fiquei um tanto decepcionada. Mas com o tempo passou, claro. Sempre gostei e cuidei com carinho da minha canequinha, coisa que alguns primos não faziam: as asas das canecas deles eram deformadas, provavelmente de tanto levar queda.


Quando entrei na adolescência abandonei a canequinha porque achava um tanto ridículo usar uma caneca de criança com meu nome gravado. Além disso tinha algo de burguês ou aristocrático naquela canequinha. E na adolescência eu idolatrava Che Guevara. Tinha lido uma biografia de El Che, contando a história da Revolução em Sierra Maestra e acreditei - juro - que só a revolução armada poderia salvar a humanidade do capitalismo. Ainda não sei como nos livraremos do capitalismo mas revolução armada já saiu,  há muito, dos meus planos...


Passaram-se os anos e minha canequinha permaneceu guardada - e abandonada - no armário da cozinha lá de casa. Mas quando saí pela primeira vez da casa de meus pais, não esqueci de levá-la comigo, seja pelo valor afetivo que representa ou por talvez intuir que um dia ela voltaria a ter utilidade.


Há dois dias resgatei minha canequinha do limbo no qual passara décadas. Mas não estou usando-a em casa. Levo-a em minha bolsa e quando entro em algum lugar que tem aqueles garrafões d'água, saco a bichinha e dispenso os copos plásticos (aonde quer que eu  vá, bebo água: Recife tem um calor dos infernos!).


E assim minha canequinha de inox burguesa adquiriu uma função social, sustentável, anti-consumo e, consequentemente, anti-capitalista. 


Carregada de valor afetivo, virou símbolo de meus pequenos gestos a favor de um mundo menos artificial, menos descartável, menos plástico!