terça-feira, 2 de outubro de 2012

memórias de porcelana


Lembro do talco no colo e cangote da minha que ela usava quando saía do banho. Minha se ninava antes de dormir balançando na rede. Fazia isso falando sozinha. Mais tarde descobri que era pai nosso, ave maria...

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Porcelana antiga das xicrinhas da minha lembra tempos remotos, quando a delicadeza morava até nos armários mais rudes.

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De tempos em tempos meus ancestrais aparecem de nuvem. 
Guardo todos eles na cabeceira do céu e, à noite, as estrelas me contam seus pecados e virtudes, só para lembrar que sou herdeira desses mesmos pecados e virtudes. 
Esse milagre que de tempos em tempos me alivia, funciona mais que reza, mais que oração.

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Tenho um fraco por olhos que me aninham.



3 comentários:

Anônimo disse...

Nossos ancestrais hoje parecem espelhos nossos, nos vemos neles, em seus atos, qualidades e defeitos. E isto nos alivia sim, basta que fechemos os olhos e nos peguemos sorrindo para o vazio,...


Beijo do In_

há palavra disse...

Belas pérolas!
"... quando a delicadeza morava até nos armários mais rudes"...
Lindíssimo!
Abs.,
bons caminhos...

o refúgio disse...

In_,
é isso mesmo!
beijo

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Raul,
grata! sempre bom sua presença por aqui.
beijo