segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Praieira

Pousou lábios como vôo macio de gaivota e entornou água sobre a deusa do mar donde se perdem ao jangadas nas madrugadas frias de boa pesca e boas ondas de dar vertigem ao navegante de primeira viagem salgada que cata o som da ostra agarrada à rede que abarca peixe sem dó e a jangada tem o nome da Dona que ficou na praia à espera do retorno daquele que parte todo fim de tarde para o além-mar.
(...)
Vidrilhos no lençol marítimo. Movimento ondulante reluz luar: Brilho de encanto. E já nem sei se admiro o satélite ou sua luz briosa no mar da baía formosa e calma e ampla. Pontos luminosos avisto no porto de Cabedelo, ali tão perto, porque tudo o que minha vista alcança é próximo, meu próximo passo. Daí em diante sigo avançando mais e mais ampliando horizontes. Assim, seguindo, nada está fora do meu alcance. E o Sr. Desejo acompanha meus passos, lumiando meu descompasso, lumiamando minha nudez: via satélite.
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Sonhei com um pirata saqueador de prazeres molhados. E ele hasteou velas e singrou o mar dos meus desejos palpitantes, navegando na tormenta do meu corpo como o mais devassso conquistador de gozos. Fez pilhagem dos meus gemidos e embebeu meu sexo com doses de rum embriagando-se na carne amaciada onde ancorou derramando seu amor bandido... Acordei na ressaca em meio a tesouros e gala dourada.
(...)
Quero me despir da moral diante dos teus olhos revelando heresias e meus pecados mais velados. Oferecer a flor do meu sexo de veludo donde colherás meu néctar em tua boca. Quero rasgar o véu e revelar verdades, que são muitas, nas veredas dessa paixão que se quer magistral com perfume de maresia etc e tal. E se o vento me acaricia, as vagas me desarmam por completo saboreando meu sexo vestido de pérolas que me fazem cócegas quando, no atrito entre minhas coxas, friccionam a carne mais sensível dos meus prazeres essenciais. E o sol, Oh! O sol me envolve em calor, queima a pele e cria febre fazendo-me ardida, demasiadamente ardida!
E após uma temporada de sol e mar e embalo de rede ao luar, eis-me de volta a Recife: Ai, que preguiça.

5 comentários:

Anônimo disse...

Um belo texto, minha cara: boas férias fazem bem a qualquer um. Beijos.

Anônimo disse...

Esse texto lindo só podia ter inspiração em Recife mesmo né?
bjos

Anônimo disse...

O amiga, tudo bem?
Que bom que você voltou. Já estávamos com saudades. Lindo o texto, as férias te fizeram bem. (ai, que inveja, aposto que estás brozeadíssima).
Um abraço e um beijo.

Anônimo disse...

Bem vinda Sandrinha. Belo e poético texto. Um beijo.
Um abraço pro Ernesto.

Anônimo disse...

Lindo, lindo, lindo, Dona Menina... Bem-vinda de volta!!!