terça-feira, 2 de junho de 2009
o bichinho
Já o procurara por todo canto: debaixo da cama, dos móveis, dentro dos armários, gavetas e guarda-roupa. Procurara até nos lugares mais improváveis como geladeira, forno do fogão e lata de lixo... Vinicius revirara o apartamento pelo avesso, e nada de encontrar o bichinho.
Então procurou os vizinhos e, de porta em porta, perguntou a cada um, descrevendo minuciosamente forma, tamanho e cor, mas ninguém tinha visto o bichinho.
Saiu do edifício e foi procurá-lo pelas ruas do bairro, em baixo dos automóveis, em cima das árvores, em bueiros, em sarjetas, em contêineres de lixo reciclável, vidro, plástico, papel e nada, nada, nenhum sinal do bichinho.
Começou a achar que o perdera definitivamente, e sofreu com isso. Sentou, desolado, no meio-fio da calçada, acendeu um cigarro e começou a divagar: "Ele deve estar rolando pelas ruas, solitário... ou talvez, cansado de mim, tenha criado asas e voado para bem longe...". Vinicius suspirou melancolicamente e seus olhos marejaram. Foi quando uma brisa leve lambeu seu rosto. Pensou na Lígia... Levantou-se e, mais calmo, voltou ao apartamento. Quando chegou, o telefone tocava. Correu para atendê-lo.
- Alô.
- Vinicius; sou eu, Lígia.
- Lígia! - disse Vinicius, animado, ao ouvir a voz da moça com quem tinha saído na noite passada.
- Você não tá sentindo falta de nada, não? Ele tá bem, viu? Tá aqui, no meu colo...
Diante daquelas palavras, Vinicius sorriu, meio aliviado, meio encabulado: deixara seu coração, o bichinho, na cama da Lígia.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Uau, Sandrix, bonita historinha. Romântica como você.
Um beijo.
Fofa!
Sandra,
no capítulo d'O Livro dos Livros publicado hoje no Balaio há menção a uma certa Sandrix Camurça. Será você? Ou será coisa do nosso amigo Jens...
Beijos.
A busca por mim... sugestões...
Postar um comentário