Natural de Olinda, a Eddie é uma das bandas mais bacanas que tocam por aqui e por aí afora. Em seu quarto disco, aqueles meninos, que curtiam cinema-praia-futebol, chegaram à maturidade. Da década de 90 pra cá muita coisa aconteceu: a vida machuca e deixa marcas. Mas quando se tem coragem, determinação e leveza, fica mais fácil tocar a vida.
Se no primeiro disco da Eddie, a vida soava mais alegre, neste predomina a melancolia. Mas entenda-se, essa melancolia está mais presente nas letras que nas melodias. Fabinho Trummer (letra/voz/guitarra) e Cia ainda nos faz mexer o corpinho. Pra se ter uma idéia o disco começa logo com um frevo delicioso de cantar e dançar. Daí segue com samba, samba-rock, rock, gafieira-dub (definição minha), um bolero e uma pitada de surf music. Tudo com aquele Original Olinda Style, como define, o próprio Fabinho, o som da Eddie e de outros artistas de Olinda.
Agora você deve estar curioso/a pra saber o que é esse Original Olinda Style. Acertei? Então escuta essa: tem gente que jura que Bob Marley nasceu em Olinda. A quantidade de cannabis sativa que circula por ali... O olindense é relaxado, leve... Diferente do recifense, mais estressado. Arrisco dizer que a leveza que nos resta se deve aos ventos (ou fumaça...) que sopram de Olinda até Recife, ou talvez às marés e, certamente, às linhas de ônibus Rio Doce/Piedade e Barra de Jangada/Casa Caiada que permitem esse saudável intercâmbio cultural, pelo litoral, unindo Olinda, Recife e Jaboatão, cidade vizinha e ao sul de Recife, berço da Mundo Livre S.A. (banda influente no som da Eddie).
Além disso tem o carnaval, né? Essa festa desvairada que o pernambucano faz questão de manter a tradição mas sempre abrindo espaço para o novo. E é justamente em Olinda e Recife onde há a maior concentração de blocos, orquestras de frevo e foliões. E é essa festa, o nosso carnaval, que nos salva, que dá leveza à alma e ajuda a suportar a dureza da vida. Tem até um frevo - entre muitos- que revela o quanto o carnaval é importante em nossas vidas, que diz assim: " É de fazer chorar quando o dia amanhece e obriga o frevo a acabar, oh quarta-feira ingrata, chega tão depressa, só pra contrariar!". Fabinho Trummer, como bom folião, sabe disso. Tanto que já gravou esse frevo com a Eddie, naturalmente naquele estilo original de Olinda.
Aliás, pra quem não sabe, a música "quando a maré encher", gravada pela Nação Zumbi (outra banda que influencia a Eddie) e que ficou famosa na voz da saudosa Cássial Eller, é um frevo da Eddie, um frevo-rock. Fabinho, moço leve e despretensioso, sabe das coisas.
PS 1: na postagem acima vocês viram/ouviram, os vídeos do frevo Bairro Novo/Casa Caiada (nomes de dois bairros de Olinda) e da indignada "eu tô cansado dessa merda" na voz de Karina Buhr (participação especial). Ainda indico a audição do sambinha cafajeste "me diga o que não foi legal" e de "gafieira na avenida". Você pode ouvi-las aqui. Ou melhor, se possível, ouça o disco todinho, todinho. Esse carnaval, ainda que no inferno, é primoroso!
PS 2: perdão, infelizmente pensei que as músicas indicadas acima estavam disponíveis no myspace da Eddie. De todo modo tem outras músicas lá. E no youtube tem outros vídeos.
Se no primeiro disco da Eddie, a vida soava mais alegre, neste predomina a melancolia. Mas entenda-se, essa melancolia está mais presente nas letras que nas melodias. Fabinho Trummer (letra/voz/guitarra) e Cia ainda nos faz mexer o corpinho. Pra se ter uma idéia o disco começa logo com um frevo delicioso de cantar e dançar. Daí segue com samba, samba-rock, rock, gafieira-dub (definição minha), um bolero e uma pitada de surf music. Tudo com aquele Original Olinda Style, como define, o próprio Fabinho, o som da Eddie e de outros artistas de Olinda.
Agora você deve estar curioso/a pra saber o que é esse Original Olinda Style. Acertei? Então escuta essa: tem gente que jura que Bob Marley nasceu em Olinda. A quantidade de cannabis sativa que circula por ali... O olindense é relaxado, leve... Diferente do recifense, mais estressado. Arrisco dizer que a leveza que nos resta se deve aos ventos (ou fumaça...) que sopram de Olinda até Recife, ou talvez às marés e, certamente, às linhas de ônibus Rio Doce/Piedade e Barra de Jangada/Casa Caiada que permitem esse saudável intercâmbio cultural, pelo litoral, unindo Olinda, Recife e Jaboatão, cidade vizinha e ao sul de Recife, berço da Mundo Livre S.A. (banda influente no som da Eddie).
Além disso tem o carnaval, né? Essa festa desvairada que o pernambucano faz questão de manter a tradição mas sempre abrindo espaço para o novo. E é justamente em Olinda e Recife onde há a maior concentração de blocos, orquestras de frevo e foliões. E é essa festa, o nosso carnaval, que nos salva, que dá leveza à alma e ajuda a suportar a dureza da vida. Tem até um frevo - entre muitos- que revela o quanto o carnaval é importante em nossas vidas, que diz assim: " É de fazer chorar quando o dia amanhece e obriga o frevo a acabar, oh quarta-feira ingrata, chega tão depressa, só pra contrariar!". Fabinho Trummer, como bom folião, sabe disso. Tanto que já gravou esse frevo com a Eddie, naturalmente naquele estilo original de Olinda.
Aliás, pra quem não sabe, a música "quando a maré encher", gravada pela Nação Zumbi (outra banda que influencia a Eddie) e que ficou famosa na voz da saudosa Cássial Eller, é um frevo da Eddie, um frevo-rock. Fabinho, moço leve e despretensioso, sabe das coisas.
PS 1: na postagem acima vocês viram/ouviram, os vídeos do frevo Bairro Novo/Casa Caiada (nomes de dois bairros de Olinda) e da indignada "eu tô cansado dessa merda" na voz de Karina Buhr (participação especial). Ainda indico a audição do sambinha cafajeste "me diga o que não foi legal" e de "gafieira na avenida". Você pode ouvi-las aqui. Ou melhor, se possível, ouça o disco todinho, todinho. Esse carnaval, ainda que no inferno, é primoroso!
PS 2: perdão, infelizmente pensei que as músicas indicadas acima estavam disponíveis no myspace da Eddie. De todo modo tem outras músicas lá. E no youtube tem outros vídeos.
2 comentários:
Olá super querida Sandrinha,
moça, muito bacana esta arte, o som também, as influências da melhor qualidade, eu gostcho, curto mesmo,
muito boa tua resenha
muitos beijinhos
inté inté
Sandrinha, você não vai falar, eu sei, por temer incorrer em bairrismo, então falo eu, que tenho viajado muito e visto e ouvido muita coisa: NÃO HÁ, NO BRASIL, UM POVO QUE PRODUZA TANTA E TÃO BOA E VARIADA MÚSICA QUANTO O PERNAMBUCANO.
e o principal: vocês se negam a deixar sua cultura (toda ela) refém da pasteurização e da uniformização impostas pelo 'deus' mercado.
pronto, falei - e disse.
beijo
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