Pra vocês verem como são as coisas. Ontem à noite o Santa Cruz, carinhosamente conhecido como “0 Mais Querido” ou simplesmente “Santinha”, derrubou a invencibilidade do Sport (a Coisa), já bicampeão Pernambucano, até então invicto neste campeonato. A vitória do Santinha sobre o time rubro-negro (1 x 0) foi uma grande surpresa para os torcedores de ambos os times. Por quê? Explico:
O tricolor vinha acumulando derrota em cima de derrota neste campeonato, perdeu um grande artilheiro, Carlinhos “Bala”, contratado pelo Sport e, apesar de ter o artilheiro com maior número de gols do certame, Marcelo Ramos, o Santinha terminou na quarta colocação. No penúltimo jogo perdeu por 5 x 2 pro Cabense, time considerado fraquinho, do Cabo de Santo Agostinho, município pertinho de Recife.
Assim, quem poderia imaginar que a Cobrinha Coral, como verdadeiro gladiador, derrubaria o invencível Leão da Ilha? Como explicar que um time desanimado e fracassado tenha vencido um time animado e vitorioso? Tudo bem, venceu em casa, jogou no seu estádio. Mas só por isso? Não, não...
Futebol é paixão mas também é ódio. Paixão e ódio são duas faces da mesma moeda. É muito tênue o limite entre esses dois sentimentos. Não vi o jogo mas sei que a rivalidade entre o tricolor e o rubro-negro é muito forte. Tenho certeza que o Santinha jogou com paixão (pelo futebol) e ódio (pela Coisa). E essa era a oportunidade de impedir que o bicampeão terminasse invicto no campeonato.
Futebol é emoção, principalmente o futebol brasileiro. Não adianta técnico querer imprimir um modelo europeu ao nosso futebol senão o que ganha-se em técnica e profissionalismo, perde-se em criatividade e improviso. Por isso adoro o futebol africano: Gana, Angola... futebol alegre, aberto. Muito ingênuo, sei, mas é gostoso de se ver.
O legal é brincar com a bola, fazer que vai e não vai, passar a bola entre as pernas do jogador do time oponente e depois rir da cara dele. E o nosso futebol, na essência, é isso: é alegria, é ginga, é malícia. É batucada, é piada, é no boteco a cerveja gelada. Mas também é choro, é sofrimento, é comoção, é paixão. Nosso sangue é latino, mouro, africano. Nosso futebol é carnaval, é música e também poesia...
Por isso: SALVE SANTINHA SALVE!!!
E sejamos autênticos, sempre...
4 comentários:
Taí, gostei de seu texto sobre futebol. Mas, aqui, nem os mais fanáticos antiflamenguistas referem-se ao Flamengo como "a Coisa". Nossa! Um beijo.
Oi Sandrinha:
Menina, desconhecia esse teu lado de torcedora apaixonada. Muito legal, sempre nos surpreendendo. Adorei o comentário - especialmente tua indignação com A Coisa.
Aqui também a rivalidade é grande entre Inter e Grêmio. Quando um dos dois cai fora de uma competição, no outro dia um aviãozinho cruza os céus da cidade exibindo uma faixa: Eles estão fora!
Por aqui, o sistema funciona como uma gangorra, quando um está em alta o outro está em baixa - caso do meu Inter, que não se classificou para as finais do campeonato gaúcho - o Grêmio é o virtual campeão. No ano passado, foi a nossa vez com o título da Libertadores e o Mundial em cima do Barcelona.
Se queres saber alguma coisa sobre o futebol dos pampas, acessa o site www.safergs.com.br, que é escrito por mim. Também está à disposição o jornal que faço para o Sindicato dos Árbitros.
Pra te deixar com inveja: tenho uma carteirinha que garante acesso grátis em todos os jogos realizados no RS. No campeonato nacional vou me esbaldar.
Um beijo.
Viu meu Azulão ontem???????? O time maravilhoso!!!!!!!!!!!
Acantha: assistir mesmo eu não assisti não mas parabéns pelo 1 x 1 no São paulo.
Beijão, menina!
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