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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Fernando Pessoa + Blues Etílicos

LIBERDADE
    Ai que prazer
    não cumprir um dever.
    Ter um livro para ler
    e não o fazer!
    Ler é maçada,
    estudar é nada.
    O sol doira sem literatura.
    O rio corre bem ou mal,
    sem edição original.
    E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
    como tem tempo, não tem pressa...

    Livros são papéis pintados com tinta.
    Estudar é uma coisa em que está indistinta
    A distinção entre nada e coisa nenhuma.

    Quanto melhor é quando há bruma.
    Esperar por D. Sebastião,
    Quer venha ou não!

    Grande é a poesia, a bondade e as danças...
    Mas o melhor do mundo são as crianças,
    Flores, música, o luar, e o sol que peca
    Só quando, em vez de criar, seca.

    E mais do que isso
    É Jesus Cristo Dionísio,
    Que não sabia nada de finanças,
    Nem consta que tivesse biblioteca...

    Nota:  na última estrofe, permiti-me substituir Jesus Cristo por Dionísio porque acho que combina mais, bem mais!!! rsrs...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

carnaval pé no chão

Carnaval acabou e todo ano todo folião tem a mesma sensação: foi pouco, quero mais!

Nem me incluo entre os foliões típicos porque, apesar de achar o carnaval a festa mais linda do mundo, sou uma foliona atípica: danço, canto mas sou muito mais contemplativa.

Adoro ver os maracatus, os afoxés, caboclinhos, os blocos líricos e todo tipo de fantasia que o povo inventa. O carnaval é, por excelência, a festa da irreverência, da alegria, da piada, do bom humor.

Tem quem ache tudo isso superficial, sem profundidade, frívolo. E é mesmo, ainda bem. No carnaval podemos assumir nosso lado mais fútil sem culpa, cometer alguns pecadilhos, inventar fantasia, brincar, enfim, ser novamente criança. Afinal ser o ano todo criança é impossível...

Mas carnaval também é coisa séria para muitos brincantes. Falo disso pensando nos caboclos de lança dos maracatus rurais que se preparam o ano inteiro, bordando suas golas e depois viajam da zona da mata até Recife/Olinda para se apresentar.Também penso nos integrantes das escolas de samba, dos afoxés, caboclinhos, pessoas simples, pobres das coisas materiais mas imensamente ricas de espírito, de bravura. Pessoas que mesmo fodidas, lascadas e mal pagas fazem questão de manter a tradição do seu folguedo, da sua escola que, muitas vezes, é o que dá sentido às suas vidas.

É por essas e outras que, mesmo se um dia eu parar de brincar carnaval (e a cada ano eu brinco menos...), o carnaval sempre será uma festa que terá o meu respeito e admiração, seja aqui, em Pernambuco, ou em qualquer lugar do Brasil onde as pessoas façam uma festa bonita de se ver e brincar.

Sei que esse samba é melancólico mas os sambas mais lindos são melancólicos mesmo, né não? Lembrei dele quando decidi escrever esse texto: Tristeza Pé no Chão com a saudosa Clara Nunes.




domingo, 27 de janeiro de 2013

Para Perdedores

Para Perdedores é o nome do segundo disco de Walter Areia, mais conhecido como Júnior Areia, baixista, há mais de dez anos, da banda Mundo Livre S/A, além de compositor e produtor musical. Mas se na Mundo Livre, Areia toca baixo elétrico, em seu trabalho instrumental ele assume o contrabaixo acústico e já se tornou uma das principais referências do instrumento em Pernambuco.

Ainda estou ouvindo o disco, aos poucos, pelo site do próprio Areia, músico talentosíssimo!

Segue um vídeo do Areia & Grupo de Música Aberta com Maracatu de Baque Etéreo (adorei esse nome), um belo trabalho instrumental com sotaque nordestino. Todos os músicos são ótimos e o contrabaixo do Areia se faz percussão de maracatu de baque virado: segue o mesmo compasso, a mesma marcação da alfaia. No site Musicareia há mais informações sobre o disco, sobre o disco anterior (A Décima Lua), sobre o próprio Areia e todas as músicas (de ambos os discos) para ouvir e fazer daunloudi.




Para facilitar a vida de meus leitores e leitoras ouvintes de boa música e também por mim, peguei o soundcloud dos dois discos do Areia,  Para Perdedores (4 faixas) e A Décima Lua (11 faixas) e truxe pra cá. Ei-lo:



sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

de volta à década de 80!


Ainda não ouvi Moon 1111, último disco de Otto, na íntegra.
Mas, de cara, adorei a música abaixo: Puro anos 80!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

adoro esta valsa pop erótico-amorosa ;)


No Fundo
(Arnaldo Antunes /  Edgard Scandurra)

em cima de cima assim e acima
sobre do alto e de alto a baixo debaixo
ao lado atrás e de lado a lado detrás e
sob acolá e além de ali depois pelo
centro entre de fora dentro na frente
e já de agora em frente e daqui
defronte através e rente

no fundo no fundo no fundo no fundo

em pé de repente perto envolvido em
torno envolvendo em volta e de volta
já e também no meio na mosca no alvo
na hora fora daqui mas a poucos pés pouco
a pouco aos pés através atrás de viés
e em e ainda mais e ainda agora e a
cada vez de uma vez ainda

no fundo no fundo no fundo no fundo

ante e antes de então e então durante
e enquanto aqui por enquanto adiante
avante acerca e portanto ao largo ao
redor e lá e nos arredores nos cantos
cá de passagem logo tangente longe
distante hoje de ontem onde depois de
onde pra onde onde

no mundo no mundo no mundo no mundo


domingo, 7 de outubro de 2012

Kitty, Daisy & Lewis

Descobri este trio no blog do jornalista Luís Nassif.
Trata-se de três irmãos ingleses (duas moças e um rapaz) que fazem um som com referências retrô (leia-se: rockabilly, swing, country, rhythm and blues, ska...).
Gostei e fui atrás de outras músicas e vídeos do trio. Delicia!



quinta-feira, 9 de agosto de 2012

ao "saltimbanco" Magro



É isso mesmo, pra quem não sabia ou não lembrava, a voz do Jumento de Os Saltimbancos era de Magro, integrante do MPB4, falecido ontem...
Leia o ótimo texto de Bia Abramo no Farofafá!

sábado, 4 de agosto de 2012

sim, também sou brega!

Gente, eu sei, é brega mas eu gosto desta música, até já decorei o refrão: (...) chora me liga me implora me beija de novo, me pede socorro, quem sabe eu vou te salvar. Chora me liga me implora pelo meu amor, pede por favor, quem sabe um dia eu volto a te procurar (...). Este blog tá virando esculhambação...rs... Urruuu! Nóis sofre mas nóis goza!

sábado, 7 de julho de 2012

La Tabaquera


La Tabaquera é uma festa a que nunca fui mas, pelo som que rola, deve ser muito boa!

Produzida pelos músicos pernambucanos Alessandra Leão e Rodrigo Caçapa, a festa é dedicada a músicas do Caribe, América do Sul e África, com edições na cidade de Recife, Fortaleza e São Paulo.

Com o objetivo de divulgar as músicas dessas regiões, os músicos produziram mixtapes com fonogramas fora de catálogo ou de difícil acesso.

Além deste mixtape com músicas de Angola e Congo, aqui você pode encontrar muito mais!Vale uma espiada!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Viva São João!

As festas juninas chegaram e ele voltou! Pra quem não baixou ano passado, taí: o maior podcast junino do Brasil! É a simulação 'Rádio Gigante' com mais de 5 horas de pesquisa! Muito forró, baião, rojão, xote, cantoria, rabeca, samba de latada, xaxado, pife, quadrilha, causos, breaks comerciais divertidos e originais, e tudo o mais de antigo e contemporâneo! Perfeito para longas viagens, rádios-postes ou para você que não que ter o trabalho de ficar passando música no tocador e perder a dama no rala-bucho! Compartilhai, divulgai e baixai! É tudo vosso! Viva, São João! (texto do soundcloud de Jr.Black).


domingo, 3 de junho de 2012

Há Tempos...

Assistindo a um especial da Legião Urbana, um showzaço na MTV com Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá, Wagner Moura (no vocal) e participações especiais de Fernando Catatau (Cidadão Instigado), Bi Ribeiro (Paralamas), entre outros...

É incrível como as músicas da Legião com as letras do Renato Russo ainda me tocam fundo. Fico emocionada mesmo. Bateu uma saudade danada, até cantei e dancei sozinha na sala, rs...Daí resolvi postar o clip de uma música. Foi difícil escolher: são tantas da Legião que eu amo. Bem, fiquei com Há Tempos por fazer parte do repertório do disco As Quatro Estações: único show que vi da Legião, na década de 90 do século passado, no estádio do Palmeiras, em Sampa. Foi emocionante, inesquecível!

Eita que a vida passa rapidinho, parece até que foi ontem..

 

sábado, 28 de abril de 2012

todo dia é o fim do mundo



Pra quem não conhece, Lula Queiroga é um dos parceiros musicais de Lenine (que imagino que tod@s que me leem conhecem). Compositor dos melhores, Lula acaba de lançar seu quarto álbum: Todo Dia é o Fim do Mundo. Ainda não ouvi o disco, só a faixa-título, que adorei!

Segue um texto - excelente, por sinal - do próprio Lula.


LULA Q POR LQ

A ideia base deste novo disco: Todo dia é o fim do mundo nasce de uma pergunta besta que sempre me assolou o pensamento. Como a raça humana conseguiu chegar até aqui? Se somos tão frágeis, se nascemos tão dependentes? A resposta seria Darwiniana: adaptando-se. A qualquer circunstância. Morrendo e nascendo mais resistentes. Insistindo e perseverando por instinto. Vingando, no sentido matuto e épico da palavra. Como um cacto no deserto hostil. Aí veio a era industrial, a urbanidade desordenada. A necessidade de sobreviver no caos. Do corpo e da mente. A grande odisseia humana em busca da felicidade. O fim virá para todos. Mas não como extinção imediata e datada da vida na terra. Porque não se trata de oráculos bíblicos, previsões fatalistas, Nostradamus, colisões meteoríticas, derretimento dos pólos. Não. Todo dia é o fim do mundo é sobre o apocalipse diário, o pequeno drama cotidiano, vivido de sol a sol, de chuva em chuva, de fome a fome, de coração a coração. É a respeito dos sobreviventes do cataclisma pessoal de cada instante. Dos heróis anônimos que têm que matar um leão a cada dia. E que no dia seguinte acordam para enfrentar tudo de novo. Da vida à deriva. Dos que se refugiam na loucura pra atenuar a falta de norte. Dos que perdem e dos que vencem momentos. E que de uma forma ou de outra, como mariposas, caçadoras de luz, conseguem encontrar, mesmo efêmera, a fagulha fátua da alegria e da divindade. Para mim, dar forma sonora e consistência a esse conceito chave, virou um mergulho. Aprendi , ano passado com Ronaldo Fraga mestre no quesito: arte é imersão. Musica é deixar afundar no redemoinho. Daí, com a companhia de Yuri, Lucky Luciano, Tostão e Paulo Germano, entramos no estúdio aqui da Luni, em Recife e começamos a procurar as melodias para as vozes, o timbre para cada fonte sonora. Tocando e compondo ao mesmo tempo. Ocupando os vazios, valorizando pausas. Envolvendo a canção com casulos harmônicos. Lembrando outras que já existiam. Antecipando mixagens. Perseguindo o que ainda não existe. Tomando sempre o cuidado de nunca sucumbir ao meramente sombrio. Porque a simples menção do fim do mundo pode ser uma armadilha.
Todo dia é o fim do mundo é um disco com 12 faixas quase coladas umas às outras. A ordem original não surgiu ao acaso. Mas como toda ordem pode ser descumprida ao gosto randômico de cada um. Até porque são músicas que independem umas das outras.

domingo, 1 de abril de 2012

Viagem à Lua com amour, imagination et rêve...

Viagem à lua (Le Voyage dans la Lune - 1902) é um clássico do cinema mudo, considerado um dos precursores das ficções científicas no cinema. Baseado no romance de Julio VerneDa Terra à Lua, o filme do francês Georges Méliès foi colorizado posteriormente com uma técnica manual onde os negativos são pintados quadro a quadro. Durante décadas desaparecido, uma cópia desse trabalho foi encontrada na década de 90. E em 2011 a obra foi lançada no Festival de Cannes com uma trilha sonora composta pela dupla francesa de música eletrônica Air - iniciais de amour, imagination e rêve (amor, imaginação e sonho). Não contentando-se em apenas sonorizar o filme, a dupla fez uma trilha sonora com quase o dobro do tempo com um instrumental que não se restringe ao eletrônico -  banjo, mellotron, piano, guitarra, bateria acústica e percussão compõem essa linda trilha para um clássico que tem influenciado gerações.

O filme, com pouco menos de 16 minutos, pode ser visto na íntegra aqui. Quem ama cinema não pode deixar de assisti-lo!

Segue uma palhinha com a música Sonic Armada do Air.






Nunca tinha visto Viagem à Lua, fiquei encantada...  a música do Air funcionou maravilhosamente! E ainda me lembrei de dois clips de música lindos: Tonight Tonight do Smashing Pumpkins (que faz referência direta à Viagem à Lua); e Busca Vida dos Paralamas do Sucesso. Os dois estão aí embaixo pra vocês conferirem.


sábado, 31 de março de 2012

Belle and Sebastian

Belle and Sebastian é uma dessas bandas independentes tipo "fofa" que faz um pop melancólico com letras intimistas. Às vezes lembra The Smiths...

Nascida em Glasgow, Escócia, em 1996, a banda tem o nome de um livro infantil francês que narra a história de um garoto, Sebastian, e seu cachorro, Belle. A música a seguir, Seeing Other People, é do segundo disco da banda, If You're Feeling Sinister (1997), e uma das mais alegrinhas, pelo menos na melodia... Curto um bocadinho :) Seeing Other People by Belle & Sebastian on Grooveshark Seeing Other People by Belle and Sebastian on Grooveshark

E olha só que gracinha de animação! Uma  versão de uma música dos Primitives (banda britânica dos anos 80) feita pelo B&S. A cidade que aparece de fundo (será Glasgow?), com rios e pontes, até lembrou Hellcife :P



Belle and Sebastian





quarta-feira, 28 de março de 2012

fanZines na revista Overmundo


A revista digital Overmundo nº5  traz uma matéria muito bacana sobre a história d@s fazines - Do papel ao silício, marginais como sempre, na superfície como nunca -  escrita pelo jornalista e zineiro Pirata Z (Marcelo Carota).

Pra quem curte o "do it yourself" ou, em bom português, "faça você mesmo", eu recomendo!

Além da matéria sobre fanzines, a revista ainda traz matérias sobre ciberativismo, música, arte...


E pra quem ainda não sabe...
"Overmundo é um website colaborativo sobre a cultura brasileira lançado em março de 2006 com o objetivo de dar visibilidade na internet à produção cultural brasileira que não é vista na grande mídia. Ele conta com artigos, um guia cultural das cidades brasileiras, uma agenda cultural e um banco de produtos culturais digitais. Qualquer visitante pode criar uma conta e publicar, votar ou sugerir edições ao conteúdo do site.
O mecanismo de votação é à primeira vista similar ao do site norte-americano Digg, mas em lugar de permitir a publicação de links externos comentados, permite aos usuários a publicação do próprio conteúdo nas diferentes seções. Além disso, o conteúdo permance por 48h "em edição", quando outros usuário poderão fazer sugestões relativas ao seu conteúdo, e outras 48h em votação, quando a comunidade do site decidirá se o conteúdo será publicado ou não. Todo o conteúdo publicado usa obrigatoriamente uma licença Creative Commons.
O website recebeu em 2007 o prêmio Golden Nica, a principal premiação do festival Ars Electronica, na categoria Digital Communities, e conta com mais de 1 milhão de visitantes únicos por mês.
O nome, apesar de sugerir ligação com a palavra "over" em inglês, é oriundo de um poema do modernista brasileiro Murilo Mendes.
Fonte: Wikipedia

PS: Antes de criar o blog o refúgio em 2006, alguns poemas e textos meus foram publicados lá no site da Overmundo.

Segue um som de uma banda que Marcelo Carota (Pirata Z) simplesmente AMA!!!
Nada mais, nada menos que... THE CLASH!!!




"Viver é desenhar sem borracha" Millôr (1924 - 2012)

terça-feira, 27 de março de 2012

Voltei

Mania torta essa que eu tenho de me auto-punir  me privando das coisas que mais gosto de fazer. Uma delas: postar!
Nem uma semana de abstinência d'o refúgio... Tem jeito não, sou viciada!

Vai um som aí?

sexta-feira, 16 de março de 2012

Alessandra Leão


Devo confessar, tenho preferência por sons mais urbanos, fusão de rock, pop, soul, funk, samba... Mas também sei me encantar por um som de raiz, que remetam a Zona da Mata. e/ou Agreste. Daí meu apreço pela extinta banda Mestre Ambrósio, Siba e a Fuloresta o Samba, Coco Raízes de Arcoverde, entre tantos artistas.

Alessandra Leão é uma cantora e compositora pernambucana que traz em seu trabalho a marca dos sons de raiz sem se apegar totalmente à tradição. Ex-integrante da banda Comadre Fulozinha,(que Karina Buhr também integrava), Alessandra lançou em 2006 seu primeiro cd solo - produzido por Rodrigo CaçapaBrinquedo de Tambor, que teve duas música incluídas na playlist do ex-Talking Heads, David Byrne. Seu segundo cd, Dois Cordões (2009) - co-produzido por ela e Caçapa - é um belo trabalho com uma forte presença do samba de terreiro - o som dos ilús estão ali presentes para não me deixar mentir - unido ao sons suaves de guitarra elétrica. Alessandra também é dona de uma voz com sotaque e timbre bem regionais e é uma excelente percussionista: toca diversos instrumentos de percussão. Eu mesma já tive o prazer de ver essa moça tocando, ao vivo, um pandeiro... Divino! Ou melhor, divina! Alessandra é divina!

Abaixo, o soundcloud de Dois Cordões e um vídeo de estúdio da música Varanda.



segunda-feira, 12 de março de 2012

Bambas Dois


Estou atrasadíssima em divulgar isso mas antes tarde do que nunca!

Bambas Dois é um projeto do produtor e músico Eduardo BiD que produziu, entre tantos cds de artistas, o disco Afrociberdelia de Chico Science & Nação Zumbi.

Bambas Dois foi lançado em outubro do ano passado e trata-se de um livro-cd em que BiD trabalha com a fusão de sonoridades do nordeste brasileiro com sons da Jamaica. O disco conta com 14 faixas e o livro, com mais de 80 páginas sobre o projeto desenvolvido entre Brasil e Jamaica. Quando soube desse projeto lembrei imediatamente de um depoimento de Gilberto Gil onde diz que Luiz Gonzaga, quando ouviu pela primeira vez um reggae, comentou: "Esse tal de reggae é um xotezinho muito do safado". Apesar do comentário ter um quê de zombaria, demonstra que o Rei do Baião reconhecera semelhança entre aquele som jamaicano e o nosso xote. Ou seja, esse projeto do BiD é uma grande sacada!

Para a realização de Bambas Dois, Eduardo BiD reuniu um bocado de bambas do Brasil e da Jamaica. Daqui convidou Dominguinhos, Chico César, Lúcio Maia, Dengue e outros da Nação Zumbi, Karina Buhr, Luiz Melodia, Céu, entre tantos mais. Da Jamaica, Kymani Marley, Sizzla Kalongi, Stick (The Wailers), The Heptones, entre outros.

O site do projeto é lindo! Com ilustrações inspiradas nos cordéis nordestinos, fotos, vídeos, um dicionário de percussão brasileira, ficha técnica, etc.
Segue abaixo todas as faixas de Bambas Dois e em seguida um trailler.

PS: destaque para World Cry (Al Fayah Mix) com Karina Buhr.





quinta-feira, 8 de março de 2012

CéU


Nesses anos 2000 são tantos os cantores e cantoras novos que surgiram que não estou dando conta de acompanhar.  Thiago Pethit, Tiê, Kassin, Tulipa Ruiz, Marcelo Jeneci,  Karina Buhr (solo), entre outr@s. É uma moçada nova por volta dos seus trinta e poucos anos muito talentosa e eu sem tempo de abraçar tudo, de ouvir com a atenção que sempre gostei e gosto de ouvir. Porque como já falei, em um texto aqui no refúgio, gosto de parar para ouvir música mas isso se tornou quase impossível. Por isso estou escrevendo este post ouvindo a mais nova pérola musical brasileira: Caravana Sereia Bloom, terceiro disco da cantora paulistana Maria do Céu, ou simplesmente CéU

Como já disse, ouvir e acompanhar os novos talentos tá bem difícil. E com CéU não é diferente, conhecia quase nada do trabalho dessa moça. Esta semana comecei a ouvir um pouco mais dos seus dois primeiros discos mas me detive mais (e é ele que estou ouvindo agora) em Caravana Sereia Bloom (2012), um disco de inspiração "pé-na-estrada", com as influências várias que essa moça tem de MPB, samba, reggae, rock sessentista/setentista, jazz... O prazer que tá me dando em ouvir a CéU é muito parecido quando ouvi pela primeira vez os primeiros discos da Gal Costa ou os primeiros da Marisa Monte. Mas a voz da CéU é um pouco rouca o que dá um charme especial às canções.  Além disso a moça compõe (e bem!), é criativa, não tem medo de experimentar e também se envolve com a produção do disco, produzido por ela e seu companheiro, Gui Amabis, um craque em produção, antenado com as novas/antigas tendências - afinal ser original é voltar às origens - e texturas sonoras.

Ainda não comprei o disco, estou ouvindo pela net, por isso não sei sobre a ficha técnica, mas dando uma olhada em várias resenhas por aí sei que tem participação da guitarra de Fernando Catatau, da banda Cidadão Instigado; do maestro Edgar Poças (pai da CéU); de Pupillo, baterista da Nação Zumbi, entre outros. Por falar na Nação Zumbi, a Céu tem uma relação bem bacana de parceria musical com os mangueboys, ou melhor, manguemen (afinal os meninos cresceram, né?).Seu disco anterior, Vagarosa (2009) tem participação de peso de Lúcio Maia (guitarra), Dengue (baixo) e Pupillo (bateria). Além de composições da própria CéU e de Gui Amabis, Caravana... ainda tem músicas de Nelson Cavaquinho (Palhaço), Lucas Santtana (Streets Bloom) e Jorge dü Peixe (Chegar em Mim).

Eis um link para ouvir as músicas de Caravana Sereia Bloom http://www.vagalume.com.br/ceu/discografia/caravana-sereia-bloom.html

Segue o vídeo da música Retrovisor, primeiro single de Caravana......

Atualização em 14/03/2012:  Vale a pena ler a resenha da revista Rolling Stone (Brasil) sobre Caravana Sereia Bloom: http://rollingstone.com.br/guia/cd/caravana-sereia-bloom/

domingo, 4 de março de 2012

Lucas Santtana



Tenho ouvido com bastante frequência O Deus que Devasta mas Também Cura (2012), quinto disco de Lucas Santtana, baiano, radicado no Rio há mais de dez anos.

Conheço o trabalho do Lucas desde seu primeiro cd, Eletro Ben Dodô (2000). De lá pra cá, por diversas razões, não consegui acompanhar/ouvir todos os seus trabalhos mas desde o ano passado retomei a audição de suas músicas, ouvindo seu quarto disco, Sem Nostalgia (2009), muito bom! O trabalho do Lucas é reconhecido internacionalmente. Mas, infelizmente, pouco conhecido em nosso próprio Brasilzão.

Não pretendo fazer uma crítica musical acerca do trabalho desse moço, até porque nem tenho competência para isso, Mas só queria dizer que o Lucas Santtana é um desses casos raros em que o artista consegue, maravilhosamente, unir a influência da tradição da música brasileira - no seu caso, muito da boa música baiana (Caetano Veloso, Novos Baianos, Moraes Moreira...) - à música do mundo, do pop, passando pela eletrônica, ao afrobeat... Sem falar no funk carioca e o tecnobrega do Pará.

Parafraseando Chico Science, arrisco dizer que o Lucas segue o lema, O Brasil embaixo dos pés e minha mente na imensidão...


O disco é delicioso, do início ao fim, e em várias músicas o Lucas uniu sons eletrônicos a arranjos de orquestras sinfônicas, sem falar nos samples de Beethoven, Debussy e Ravel, utilizados por ele. Dedicado a sua ex-companheira, Anna Dantes, o disco ainda conta com participações especiais de Josué Santtana (seu filho de 9 anos), Céu, Guizado, Gui amabis, Rica Amabis, Dengue (baixista da Nação Zumbi), entre outros.

Segue abaixo uma das faixas que mais gostei principalmente porque adorei ele cantando em falsete na estrofe final. Talvez ainda seja cedo para dizer isso mas, pra mim, já é um dos Discos do Ano!

Quem quiser ouvir e fazer download pode acessar o facebook do Lucas Santtana mas ele pediu aos blogueiros que baixem o disco em http://www.mediafire.com/?dz33if5317xsimz  para ter controle sobre a quantidade de downloads. O disco ainda não existe como objeto físico mas foi disponibilizado na internet, pelo próprio Lucas, na última terça-feira. Ah, o blog do Lucas Santtana é o Diginois.

Jogos Madrugais by Lucas Santtana on Grooveshark

Atualização 14/03/2012: consegui o soudcloud do disco todinho!