sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Rascunho


"A poesia é uma forma de produção. Dificílima, complexíssima, porém produção" (Vladimir Maiakóvski)





...e assim eu começo sem saber exatamente
onde sinto, o que estou
o que estou fazendo, sentindo.
Não sei se devo,
não sei se devo.
Não sei se curvo,
não sei se curvo.
Se perco o juízo, virei improviso.
Sou um ser-improviso,
rascunho de mim mesma.
Sem projeto de futuro,
só presente,
só me faço presente,
o tempo todo presente.
Presente aqui agora.
Seguindo em frente sem esperar nada,
Sem esperar nada
Preguiçosa, mas produzindo produzindo,
produção produção sempre produção.
Escrevo produzindo, rascunhos sim rascunhos
E ruidosa sigo me desnudando em público.
Estou nua, sim estou nua.
Minha alma está...
e nem tudo que se cheira é pó.

5 comentários:

Anônimo disse...

Sandra: Um poema bastante forte, que, em sendo um meta-rascunho, (con)textualiza-se como "obra aberta". Parabéns. Beijos.

Anônimo disse...

Sandrinha: Você esta aí, sem esperar nada. Nua.
Eu estou aqui, no outro extremo do país.
O teu texto despertou meu desejo, pode isso?
Tesão à longa distância.
Sei lá.
Nem tudo o que se cheira é pó.
(Talvez eu seja meio louco - provavelmente sou - mas você me passa uma persona extremamente sensual - hoje vou rezar no altar de Onã). Pronto, rasguei a bandeira, queimei meu filme. Um abraço.
Até não mais.

Anônimo disse...

Sandroca, vejo que são mtos os que estão se apaixonado por vc. (Ainda bem q é tudo gente especial.) Sou um deles, por vc e pela minha doce Fulô. Bjs

o refúgio disse...

Felix, Fulô mandou dizer que enviou emeio pr'ocê, ainda há pouco. Beijos.

marilia disse...

E, por isso mesmo, o poema é um produto. Sublime, mas um produto. Mas não é preciso ser consencioso para utilizá-lo. E, mesmo não sendo pó, DÁ BARATO.