domingo, 11 de setembro de 2011

descobrindo poetas

A gente se acostuma a ler poetas e escritores(as) mortos (agora imortais). Se vivos e novos, lemos aqueles que já caíram no gosto da crítica. Mas é muito bacana descobrir gente talentosa que dificilmente descobriríamos se não fossem os blogs e afins (apesar de me arriscar em poesia não circulo pelo meio de poetas e escritores). Devo confessar que pouca coisa (e conheço pouco mesmo) me agrada, em termos de poesia. Gosto de concisão, simplicidade, ritmo e originalidade (existem exceções, claro). Características que eu mesma busco ao fazer um poema e não é nada fácil... Hoje, procurando por poesia chilena insurgente (por causa do 11/09/1973) acabei encontrando um blog de um doutorando em Sociologia pela UFPE e também poeta, Vamberto Spinelli Jr.. E através de seu blog conheci outro poeta, professor do curso de Letras da UFPB, Amador Ribeiro Neto. Seguem dois poemas deste último:


saudades


assim
saudades sim
simples
como brinco tupiniquim
um coco de roda
cirandas voltas de tu em mim




escassez


falta dinheiro & falta
falta um poema

aqui 
no meu bolso 

com tutano medula 
& osso

poucos 
bem loucos

raros poetas 
falam disto

muito 
poucos



Em outra postagem apresentarei  poemas de Líria Porto e Ulisses Borges. Poetas que também conheci através da blogosfera. E depois seguirei apresentando outros.

4 comentários:

BAR DO BARDO disse...

textos bons

o refúgio disse...

também gosto

Ulisses disse...

Sandra, que surpresa boa! Entrei aqui no teu blog para dar aquela espiadela, e me deparei com esse teu post sobre poetas e escritores ainda vivos e mortais como nós! Muito bacana mesmo que exista a blogosfera, porque através dela, como tu bem escreveste, podemos descobrir bons vindouros! A tua indicação da Líria simplesmente me chapou, tanto que na mesma hora eu me sentei e comecei a escrever inspirado nela, nessa concisão e simplicidade que ela tem, que tu tens, que eu espero ter. Aquela página azul, "tanto mar", eu sentado lendo e ao fundo dos acontecimentos, o show do Roberto Carlos (que mesmo estando de branco na ocasião, sempre me faz pensar naquela loucura dele pelo o azul) em Jerusalém passando na Globo, tudo isso pra contar a minha "azulcinação" daquela hora, minha chapação azul. Além disso, lembrei na hora de uns versos do já imortal e grandioso Ferreira Gullar, com seu sofisticamento plástico sobre as cores, sobre artistas que, de alguma forma, já se inspiraram pela cor azul. Agora fiquei bastante curioso pra saber o que tu vais jogar de mim aí na tua tela! Escrevendo aqui para comentar eu não consegui ser conciso, mas é que, às vezes, "escrevendo eu falo pra caralho".

o refúgio disse...

Ulisses, querido, é a segunda vez que você diz "escrevendo eu falo pra caralho", e falando, você fala pouco? rs... Fica à vontade, lindo. Adoro seus comentários, sempre honestos e simples... Eu sabia que você ia gostar da Líria, por isso indiquei. Fiquei imaginando você lendo o blog dela e assistindo Roberto Carlos na Globo, rs...e a associação que você fez do azul do "Tanto Mar" com o gosto d'O Rei pela cor azul, rs (li sua "azulcinação", viu? e gostei!). É engraçado que poesia às vezes brota dessas associações. E olha, moço, conciso ou não você já tem o essencial pra ser poeta (você já é). Você "viaja", sente, inventa. O resto é leitura atenta e escrever, sempre!

Beijão