segunda-feira, 26 de setembro de 2011

inútil

esse poema nasce
apesar de


nasce porque insiste
não sabe a que veio
mas em meio a dúvida 
existe


não pulsa não bate 
nem combate
nasceu de inutilidade


esse poema existe
apesar de 


não é carne não é osso
o que canta o que sente
não ouço

6 comentários:

há palavra disse...

Sandramiga,

o poema sempre sabe mais do que a gente...


Abraços, bons caminhos!

o refúgio disse...

"o poema sempre sabe mais do que a gente..."

Raul, estou quase convencida disso, acho até que ele (o poema) sabe mais de mim do que eu mesma, ele fala por mim...
Papo de doido, rs...

Um beijo fraterno, amigo!

luiz gustavo disse...

estou farto
desta línguaviva
solta e distante
que nos envolve
de saliva a vulva
que me mastiga
que te castiga
as fendas
tecidas

estou farto
desta poesia
sem azia sem
língua e má digestão
que se perde anárquica
abortiva sem combustão
mas viva a(l)tiva
incerta
(am)arrotada

não quero
o poema áspero
e frio sem riso
rangendo dentes
concisos ao avesso
quero o poema esvaindo-se
(s)em demônios
em silêncios
suicidas

quero o poema mudo

Suely disse...

Quando em vez venho por aqui, acalmar o coração, aliviar a tensão... dá gosto de ver esse blog. Beijos.

o refúgio disse...

Coisa boa, Suely! Bom saber que alivio a tensão desta feminista aguerrida!
Beijos, linda!

o refúgio disse...

Gustavo, belo poema. Também tento um poemamudo :)