sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Poemas de Líria Porto

in Tanto Mar

espantalho


não tenho mar não tenho rio
e nem lagoa enxurrada ou copo d'água
tenho mesmo é esse jeito de ser_tão
essa sede essa secura esse bagaço
ao invés de coração
                                   ou vísceras


monocultura

a cana chupa a terra 
e deixa só o bagaço
desclassificado


não foi um amor de primeira
nem um amor de segunda

foi um amor comum
que me fez rir e chorar

e viver como nunca




seguidora

um sol meio sonso
desses de inverno 
roça o horizonte
de um jeito terno
e minha janela
sempre boquiaberta
fita-o de longe
como se quisesse
mudar pro japão
uma noite sim
outra noite não

10 comentários:

BAR DO BARDO disse...

A Líria, embora Porto, é sem partida e sem chegada, com seus barquinhos de papel, aparentemente frágeis, que nos levam ao mar além, ondas após ondas...

É uma gigante em sua concisão.

E viajamos com ela - um ser meio Simbad meio sereia - para onde.

Se a viagem é longe, curta!

o refúgio disse...

É isso mesmo, Henrique. E eu fico lendo e relendo os poemas dela pra ver se aprendo um pouquinho :)

Anônimo disse...

Sempre tão bom vir aqui,...



Beijo do IN_

o refúgio disse...

Buenas, querido!
Besos

Vais disse...

Boas escolhas, Sandrinha.
A Líria, com toda certeza, tem mesmo as manhas.

e hoje foi um sábado muito feliz, vou contar lá.

beijinhos querida

o refúgio disse...

Grata, querida :) Sim a Líria é ótima!
Beijos

líria porto disse...

pimenta, sandra, vais - fico muito alegre com todo este carinho - e feliz pelos olhos que leem meus versos com tanta generosidade. besossssssssssss e obrigada!

o refúgio disse...

Líria, seus versos é que são generosos!
Beijos :D

luiz gustavo disse...

“...vago nesse mar
onde o mar não é náufrago
mas raso e de vidro..."

luiz gustavo disse...

porto amplidão
es cor (re)
pulsiva
solitude ventania
eclips
into em mim...

..............

Líria Porto -

um rio que transborda
mil veios róseos
nas rimas da anatomia...