domingo, 11 de fevereiro de 2007

Dúvidas

Alice tinha sérias suspeitas quanto ao futuro da foz e da nascente do rio que tangenciava por dentro a Vila onde bordava sua vida repleta de alegria e melancolia. Sempre que suas suspeitas aumentavam de tamanho ela se sentia pequenininha, pequenininha, e sentindo-se ameaçada procurava o Tio João que afetuosamente lhe acalmava dizendo: As borboletas nunca deixarão de voar, menina, pois se assim não fosse o rio abandonaria seu curso natural do sul. Essas palavras tinham realmente o poder de tranqüilizar Alice porque o vento estava sempre a seu favor e a cabine telefônica, apesar de deteriorada, ao menos servia de abrigo aos locutores de sons da floresta mágica da mata atlântica que sobrevive viçosa na Serra da Borborema doce feito manga rosa. Entretanto, entre tantos ais e uis, Alice, sempre descrente, não entendia a origem da foz e o fim da nascente.

2 comentários:

Anônimo disse...

Alice não mora mais aqui. Não sabia por onde ela andava. Fico feliz em saber que está levando a vida de um jeito tranqüilo, quase caipira, numa localidade paradisíaca do Brasil Central. Aliás acho que a titular deste blog também descobriu o seu paraíso existencial. É bom constatar isso.
Um beijo.

Anônimo disse...

Refúgio de cara nova?
Gostei da nova decoração, mais clean. Parabéns.
Um beijo